A história das vinhas onde hoje se produz Pinalta começou há 100 anos atrás com o nascimento de Edmundo Alves Ferreira, em Mozelos, Portugal.
Por pertencer a uma família pobre, aos 14 anos e apenas com a quarta classe, Edmundo decidiu abandonar o País em busca de trabalho. Em 1921 chegou a Paris onde procurou trabalhar em tudo o que lhe permitisse ganhar dinheiro para comer.
No entanto, Edmundo, sentia falta da sua família e rapidamente decidiu voltar a Portugal. Sem qualquer dinheiro teve de percorrer os mais de 1600 km que separavam Paris de Mozelos a pé, um esforço notável para qualquer um, mas, especialmente para uma criança.
António apreciando um bom Porto - Quinta do Roncão
Após o seu regresso, Edmundo começou a trabalhar com cortiça, um dos mais nobres produtos naturais existentes. Em 1927 fundou a empresa Edmundo Alves Ferreira, Cortiças, em Lourosa, situado a cerca de 30 km a sul do Porto. (A empresa continua até aos dias de hoje nas mãos da família). Produzindo uma vasta gama de produtos de cortiça e exportando para todo o mundo, a empresa prosperou de tal forma que Edmundo foi capaz de adquirir vinhas no Douro. Entre 1955 e 1958 adquiriu a Quinta de Ventozelo, Macedos e Roncão, Quintas de grande notabilidade na região fazendo um total de 800 hectares.
António apreciando a magnifica paisagem do Douro
No mesmo ano em que Edmundo iniciou a sua empresa, 1927, casou com Olívia e juntos criaram 9 filhos. António nasceu em 1935 e desde cedo, enquanto estudante de Economia da Universidade do Porto, mostrou interesse pelos negócios do seu Pai começando desde logo a trabalhar a seu lado. Em 1958, António foi enviado pelo seu Pai para gerir as Quintas no Douro. Encantado com a espectacular beleza do Douro, rapidamente se apaixonou pela região e adquiriu para si mesmo duas propriedades, Quinta da Covada e Quinta das Cecegas fazendo um total de 48 hectares. Finalmente em 1986, António decidiu plantar 20 hectares de novas vinhas na Quinta da Covada.
Fatima, mãe do Hugo - Quinta de Ventozelo
O facto de António passar a maior parte do tempo no Douro não o impediu de formar família e em 1959 casou com Maria. Uma dos seus três filhos, Maria de Fátima, sua filha mais velha, permanece ao lado do seu Pai na fábrica de cortiça. Fátima também casou e em 1981 nasce Hugo Ferreira Guimarães, bisneto de Edmundo. Sendo o único neto de António durante 12 anos, Hugo também seguiu as passadas do seu avô. A proximidade da fábrica de cortiça com a escola que Hugo frequentava em Lourosa, fez com que Hugo passasse muitas horas na fábrica e com que desenvolvesse um grande interesse por máquinas. Apesar de se ter licenciado em Engenharia Mecatrónica em 2004, Hugo, sentiu que a sua mãe e o seu avô precisavam da sua presença no familiar negócio de cortiça. Após ter reconvertido um edifício em alojamentos para estudantes, Hugo virou o seu olhar para 120km a Este, para as Quintas no Douro.
Filipe, tio do Hugo, a carregar um cesto de uvas
Com um total de 30 hectares, produzindo 50 toneladas de uvas por ano, a família tinha acesso a este fruto abundantemente. Contudo, as receitas provenientes da exploração tradicional das Quintas (vendendo a totalidade das uvas às grandes casas do Vinho do Porto) mal cobriam as despesas correntes da Quinta. Apercebendo-se desta situação, Hugo, desafiou o seu avô António a começar a produzir a sua própria marca de vinho do Douro. Desta forma, Pinalta nasceu em 2004. O primeiro passo foi restaurar o antigo lagar (com 200 anos) para que se pudesse produzir o vinho. Uma cuba de 10000 litros teria de ser adquirida. Começando este projecto sem dinheiro (uma interessante tradição familiar), Hugo, decidiu vender o seu próprio carro à mãe de forma a dar pernas ao projecto.
António, Hugo, Manuel (Pai do Hugo) e Fátima (mãe do Hugo) em 2001.
Tendo uma vasta experiencia em cultivo de uvas durante décadas, esta empresa familiar podia agora seleccionar as uvas de muito boa qualidade para produzir o seu vinho DOC tinto e assegurar que as mesmas uvas estivessem disponíveis ano após ano.
Com toques de especiarias, concentrado e muito suave, o nosso vinho é uma mistura de três castas tradicionais para produção de Vinho do Porto: 60% Touriga Franca, 20% Tinta Roriz e 20% Tinta Barroca, O vinho não é filtrado, é fermentado em lagar de xisto atingindo um grau alcoólico que pode chegar aos 17%
O resultado é um vinho elegante para acompanhar o jantar, especialmente carnes de porco e vaca.